sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ativismo à flor da pele - Entrevista com Ingrid Newskirk


Entrevista com Ingrid Newskirk, presidente da maior ONG de proteção animal do mundo



Desde pequena, a britânica Ingrid Newskirk se empenha em ações que façam do mundo um lugar melhor. Presidente da ONG PETA (Pessoas para o Tratamento Ético dos Animais), diz que os exemplos da mãe, que trabalhou com a Madre Teresa de Calcutá, foram cruciais. "Passei parte da infância na Índia e me lembro de cuidar de leprosos e fazer bonecas para crianças de orfanatos. Minha mãe dizia que não havia necessidade de classificar seres humanos e animais, pois todos merecem nossa atenção e carinho".

Em 1980, já vivendo nos EUA, deu início a um trabalho que hoje é reconhecido por autoridades, grandes empresas e pela sociedade civil. Do porão de sua casa, surgiu a PETA e da dedicação de seus membros - que hoje já somam 2 milhões de pessoas - , a chance de os animais terem uma vida mais digna e sem sofrimento. Nessa entrevista, ela fala sobre a polêmica em torno das campanhas com artistas nuas, a inflência de sua ONG nas decisões de grandes corporações e muito mais.


Porque teve a idéia de fundar uma organização de proteção animal?Quando trabalhava em um abrigo de animais, li Livertação Animal, de Peter Singer. Esse livro me fez ver que não é suficiente tratar bem os animais dentro do contexto de exploração; e nós não temos direito de ignorar os interesses deles só porque apreciamos o gosto de sua carne ou porque queremos roubar suas peles. Passei a acreditar que cuidar de cães e de gatos não é o suficiente quando outros animais também sencientes estão sofrendo em laboratórios, grandes fazendas, circos.


A idéia de que os animais existem para seus próprios propósitos era recente, e até mesmo radical para a época. Não havia nenhuma voz ou organização que falasse do direito do animal de ser livre para viver.


Depois de apenas um ano de existência, a PETA conseguiu processar um laboratório que utilizava macacos em suas experiências. Como uma ONG tão nova conseguiu esse mérito em tão pouco tempo?
É o quanto você se importa que faz a diferença, não o quão velho você é. Edward Taub mantinha os pobres macacos em minúsculas gaiolas, em um laboratório imundo, cortava os nervos desses animais e lhes negava comida. Filmamos secretamente e expusemos essa crueldade. Assim conseguimos processar Taub por crueldade e confiscar os macacos.
Claro que foi uma batalha difícil. Taub era financiado pelo governo e nós tivemos que convencer a polícia a fazer uma busca no laboratório dele, mas acredito que tivemos sucesso porque trabalhamos duro e as pessoas viram que não iríamos a lugar nenhum sem antes fechar o laboratório.

Hoje a PETA é capaz de influenciar as decições tomadas por grandes empresas, como General Motors, Texaco, Avon, Revlon e outras. O que é mais importante, o trabalho de bons advogados, de publicitários, a dedicação dos membros ou o que?
Às vezes é o trabalho dos advogados, mas na maioria das vezes, a PETA é capaz de influenciar grandes companhias como o McDonald's por causa do ativismo de muitos membros dedicados. Também porque essas companhias se deram conta de que se eles não concordassem em realizar mudanças, nós realizaríamos fortes protestos e lhes criaríamos um pesadelo.
Nosso trabalho também tem sido feito para convencer essas companhias de que não apenas é o melhor para os animais tratá-los de uma maneira humnanitária, mas é melhor para os negócios também. Para nós, o importante são os animais; para eles, pode ser que a princípio seja só pelo lucro.


A PETA tem uma lista com as empresas que não fazem testes em animais. Como vocês conseguem essas informações? Elas são confiáveis?
Insistimos que a companhia forneça um documento legal afirmando que não realiza testes em animais, caso ela queira ser inserida em nossa lista "livre de crueldade".


Muitos ativistas criticam a PETA por ser uma organização muito comercial. O que você tem a dizer sobre isso?
Será que eles olharam para nossos feitos e prestaram atenção ao que trouxemos para dentro da causa? Vivemos em um mundo comercial onde a mídia, só quer falar sobre sexo e outras bobagens, não sobre a questão animal - mas um mundo comercial ainda pode ter compaixão. Fazemos tudo aquilo que precisamos para manter a questão animal na cabeça das pessoas. Silêncio significa sofrimento e não podemos dificultar ou esconder nossos esforços para colocar uma luz sobre essa questão.


Quantas pessoas trabalham diretamente nos escritórios da PETA? Não é difícil controlar uma organização tão grande e ao mesmo tempo ter certeza de que a filosofia está sendo seguida por todos?
A PETA tem centenas de empregados. Nós não apenas contratamos veganos, contratamos todos os tipos de pessoas que, uma vez que se dão conta do sofrimento animal, mudam seus hábitos assim como a maioria de nós fez. Nenhum tipo de produto animal é permitido nos nossos escritórios.


Em qual país a PETA tem mais força? Porque a organização não tem um escritório no Brasil, já que é um dos maiores produtores de carne?
A PETA é provavelmente mais conhecida nos EUA, onde nós começamos. Os filiados internacionais também tem sido efetivos no Reino Unido, Alemanha e Índia. Adoraríamos ter filiados no Brasil e em todos os países do mundo, e talvez nós tenhamos um dia.
Brasileiros interessados em ajudar os animais podem visitar o site www.peta.org para informações. Não temos direitos autorais em nenhum de nossos folhotes informativos, então adoraríamos se alguém pudesse traduzi-los para o português. Estamos sempre dispostos a ajudar com idéias e recursos para grupos locais.
Outra possibilidade é ativistas brasileiros virem trabalhar conosco por um período para aprender como conduzimos nossas campanhas. Eles poderiam levar essas expericências para o Brasil, e possivelmente, crias os próprios grupos.


A PETA faz diversas camapanhas com mulheres nuas. Acredita que essa seja a melhor forma de convencer as pessoas a tratar os animais de uma maneira justa? Que forma de ativismo você considera mais eficiente?
Se eu tivesse um botão mágico para apertar e acabar com o abuso animal, eu apertaria. Mas já que não tenho um, vamos tentar qualquer outra coisa que funcione.
Diferentemente dos nossos oponentes, que são basicamente compostos por indústrias ricas, como a indústria de carne, a PETA precisa confiar em propagandas gratuitas dentro da mídia para divulgar nossas campanhas. Experiências anteriores nos ensinaram que campanhas provocativas e controversas fazem a diferença entre manter assuntos importantes invisíveis e fazê-losserem vistos por todos.
As pessoas podem escolher usar seus corpos como instrumentos políticos para fazer manisfestos sociais. Nossos modelos nus escolheram participar em nossas campanhas porque fazem algo para as pessoas pararem e prestarem atenção. Isso é ótimo para eles.
O que é mais eficiente? Algumas vezes ganhar o respeito de alguém é tudo. Às vezes, mostrar vídeos de uma investigação secreta ou realizar protestos em frente a lojas de casacos de pele farão a diferença. Existem muitas maneiras de abrir os olhos de uma pessoa para o sofrimento animal.


O que você acha do ativismo feito pela ALF (Animal Liberation Front)?
Assistir os vídeos que mostram como os animais de fábricas de pele, abatedouros e laboratórios são forçados a viver e morrer é de patir o coração. Esse tratamento é criminoso, imoral e precisa parar.
Algumas pessoas acreditam que a maneira de parar esses atos terríveis é libertar esses animais ou destruir a propriedade de alguém que abuse dos animais. Eu não fico triste pelas pessoas que vão à falência por causa da ação da ALF e espero que os animais que desaparecerem dos laboratórios ou fazendas de pele tenham encontrado lares ou habitát apropriados - coisas que eles nunca conheceram antes.


Ser vegetariano é um pré-requisito para se tornar membro da PETA?
Não, somos muito gratos pela ajuda de todos. Toda semana, recebemos elogios de caçadores que são gratos por nossa postura firme contra rinhas, ou de carnívoros que odeiam o circo com animais, ou de fazendeiros que afirmam que não vão mais usar pele. Somos gratos por qualquer gesto que uma pessoa pode fazer para parar com o sofrimento animal.
Se coseguirmos fazer com que as pessoas visitem nosso site porque querem saber o que temos a dizer sobre rinhas ou pele, ou mesmo se elas querem apenas dar uma olhada no vídeo da Pamela Anderson ou Alicia Silverstone, elas verão mensagens vegetarianas. E se tiverem uma mente aberta, essas mensagens começarão a fazer efeito.


Qual a importância das celebridades nas campanhas?
Vivemos em uma sociedade obcecada pelas celebridades. Então é importante que celebridades tenham coisas positivas a dizer sobre os animais.

O que a PETA ainda não fez pelos animais? Você lembra de algum fato que a tenha deixado frustrada?
Fazemos o máximo que podemos, mas nunca é suficiente. Por isso recebemos qualquer pessoa que queira abraçar um projeto e fazer algo pelos animais.

Como vocês fazem os vídeos que mostram crueldade com que animais são tratados em fazendas e laboratórios? Os membros da PETA se infiltram como funcionários desses locais por um período só para conseguir as imagens?
Sim. Disfarçamo-nos ou usamos informantes que sabem que o que suas companhias estão fazendo está errado, e portanto, querem expor isso.


Hoje em dia, a PETA conta com uma clínica móvel para esterelização, uma associação com os cartões Visa, álbuns gravados por músicos famosos...

O que é essencial para uma ONG de proteção animal ter sucesso como vocês tiveram?
Tudo é importante se ajuda os animais, mas, estrategicamente, tentamos trabalhar nas raízes dos problemas. Esterelizar é mais eficiente do que gastar a mesma quantia de dinheiro tentando achar um novo lar para esse animal, por pior que isso possa parecer. Concentramos nossas ações onde existe um grande número de animais sofrendo.

Durante esses anos, como presidente da PETA, você recebeu algum tipo de ameaça?
Fui ameaçada diversas vezes, mas os animais têm sido muito maltratados, então quem liga para isso? De certa forma, ser ameaçada é um sinal de que você está sendo efetiva. As pessoas que o ameaçam sabem que aquilo que você fala é verdade ou não se sentiriam tão vulneráveis.

Quais foram as ações em relação ao bem-estar animal que a PETA convenceu grandes companhias, como McDonald's e Burger King, a fazerem?
Como resultado dos esforços da PETA - começando com nossa bem sucedida campanha "McCrueldade", em 1999 e 2000 - inúmeras campanhas começaram demandar que os fornecedores de produtos de origem animal dessas empresas eliminassem alguns abusos muito cruéis.
Algumas dessas vitórias atingiram apenas os animais nos EUA, enquanto outras, animais no mundo inteiro. No entanto, mesmo quando alguma companhia realiza mudanças nos EUA, continuamos a pressionar para que essa empresa internacionalize seu novo padrão. Em agosto desse ano, por exemplo, depois de um ano de discussão com a PETA, a rede de restaurantes CKE concordou em começar a obter 25% de carne de porcos criados livres e 2% de ovos de galinhas criadas fora de gaiolas.


Fonte: Revista dos Vegetarianos













terça-feira, 13 de novembro de 2007

Mutirão de Vacinação dos Gatos do Cocó

Será promovido nessa sexta-feira (16/11) pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses de Fortaleza) vacinação anti-rábica dos gatos do Cocó.

Convidamos todos os voluntários que tenham dispobilidade neste dia a comparecerem e contribuirem de alguma forma, desde apoio ao pessoal que estará vacinando até panfletagem e outras atividades educativas, será uma ótima oportunidade!

Local: Parque do Cocó, próximo ao posto da polícia.
Horário: 8:30 manhã

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Centro de Zoonoses de Fortaleza


Notícia


Jornal O Povo - 08/11/2007


Promotoria questiona eutanásia de animais


O Ministério Público do Estado, através da Promotoria do Meio Ambiente e Planejamento Urbano, instaurou, na última segunda-feira, 5, procedimento para apurar denúncias de que o Centro de Controle de Zoonoses estaria sacrificando animais sem discriminar os doentes (especialmente os contaminados por leishmaniose viceral canina ou calazar) e os saudáveis. O promotor José Francisco de Oliveira Filho partiu de documentos disponibilizados pela União Internacional Protetora dos Animais (Uipa) e da repercussão de um artigo escrito por um de seus membros, afirmando que o órgão é considerado "o mais precário e desumano de todo o país."

Segundo o promotor, foram sacrificados pelo Centro de Zoonoses 2.054 animais em outubro. "A mortandade de animais está grande. Primeiro, eles têm de passar por exames e é preciso ter um laudo médico veterinário atestando a necessidade da eutanásia. Os animais não estão sendo separados e todos são mortos", disse Filho. Ele informa que a Promotoria enviou ao Centro um documento com uma série de perguntas sobre as atividades do órgão, que devem ser respondidas dentro de dez dias. Também serão solicitados esclarecimentos das Secretarias Executivas Regionais (SERs) quanto às atividades de controle de zoonoses.

Como resultados do procedimento, a Promotoria, conforme Filho, quer que nenhum animal saudável seja sacrificado, que sejam feitas esterilizações (para impedir que o animal se reproduza) e que o Centro realize uma feira de doações para que os saudáveis encontrem um novo lar. Segundo ele, após a apuração das denúncias, a Promotoria irá chamar a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para firmar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para garantir o cumprimento das decisões. Caso a secretaria se recuse a assinar o documento, o próximo passo do MP será entrar com uma Ação Civil Pública contra o órgão municipal. José Filho diz que espera concluir o procedimento em 30 dias.

A coordenadora do Centro de Zoonoses, Evanisa Ventura, informa que ainda não recebeu nenhum documento sobre o procedimento. O veterinário Fernando Perdigão, responsável pelo laboratório do órgão, admite que nenhum animal capturado passa por avaliação para diagnosticar alguma doença. Atualmente, o exame para detectar o calazar é feito quando o dono do animal procura o Centro ou as SERs ou quando há uma pessoa com a doença e é necessário verificar se há outros casos no local.

O veterinário Paulo Roberto Fernandes Leite, do setor de controle da raiva, diz que os exames nos animais poderiam ser feitos, mas o Centro, segundo ele, não tem estrutura para ficar com os animais saudáveis. Perdigão informa que a doação de animais foi suspensa porque o órgão não os comporta, pois é necessário que eles passem por um período de quarentena.

Para Paulo Leite, a eutanásia não vai acabar, mas a idéia do Centro é diminuir o número de procedimentos. O órgão, conforme ele, enviou para a SMS projetos para instituir o Registro Geral de Animais (RGA, uma identificação do animal), promover a esterilização dos animais e lançar campanhas de conscientização sobre a posse responsável. Há ainda um projeto na Secretaria de Infra-Estrutura (Seinf) para ampliar o Centro. Segundo Evaniza Ventura, a eutanásia dos animais tem sido realizada três vezes por semana por conta da alta incidência de calazar e que sempre é acompanhado por um veterinário.

Segundo o MP, foram sacrificados 2.054 animais em outubro.

Fonte:http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/743313.html


Cadela Para Adoção


A Belinha já esta vindo de outro lar, onde a tutora não estava mais tendo tempo para se dedicar a ela e por isso está à procura de um lar onde ela possa passar mais tempo em contato com as pessoas recebendo carinhos e cuidados.


Interessados na adoção, entrar em contato diretamente a Jacqueline (atual tutora).










A UPAC apenas intermedia essa adoção, o processo da saída do animal do atual tutor até as mãos do novo é responsabilidade do mesmo.